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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Lei seca e visão turva

A polêmica da Lei Seca esta deixando todo mundo em Cachoeirinha com a visão turva. Não quero entrar aqui no mérito do projeto mas sim concluir que a lei está longe de ser a panacéia. A deusa da cura na mitologia grega não pode ser invocada aqui. E mesmo que fosse nada poderia fazer. É uma obviedade falar que o alcoolismo é um problema social mas colocar sobre ele o peso de toda a responsabilidade da sociedade para os altos índices da criminalidade, especialmente em Cachoeirinha, é não querer enxergar. A Lei Seca não vai resolver o problema da violência e hoje é a única esperança que o secretário estadual da Segurança tem para se manter no cargo. Aliás, se é verdade que ele exigiu a aprovação do projeto para manter o 26o Batalhão de Polícia Militar na cidade isso se configura em uma chantagem, mesmo que velada, e a comunidade não pode aceitar isso.
Já teve secretário de Estado, em governo passado, que colocou no vento toda a culpa pelo alto número de homicídios apresentando até estudos científicos. Só faltou ele pedir para uma prefeitura aprovar uma Lei Anti-Vento. Agora o álcool é o único culpado e ainda acreditam que fechando meia dúzia de bares vão ter algum resultado. Não é de hoje que os homens da segurança sabem que a origem da violência não se restringe aos bebuns ou alcoólatras, para ser politicamente correto.
O tráfico de drogas aparece em primeiro lugar e a maioria dos envolvidos em ocorrências policiais com morte figuram neste segmento do sub-mundo. A abordagem da criminalidade precisa ser feita a partir de um conjunto de ações envolvendo várias secretarias de Estado e até contando com a participação da União como está fazendo a secretaria da Segurança de Cachoeirinha com o projeto Proteger.
Não é só o álcool que faz aflorar instintos selvagens nos humanos. Desde crianças, todos são submetidos a todo o tipo de estímulo ou não vão querer enxergar o que se passa nos inocentes jogos de viodeogames? E no cinema? Há agora uma onda de filmes classificados como de terror e que estão longe daqueles antigos, beirando a inocência. Essa semana assisti um para ver o que se passa. Depois de Jogos Mortais uma série de DVDs desse tipo invadiu o mercado. O Albergue 2 é uma estupidez, por exemplo. Ali, pessoas pagam para torturar pessoas. E qualquer um pode locar essa barbárie.
Voltando, essa semana ouvi falar que existe a intenção ou estudo do Estado em diminuir o número de delegacias para aumentar o efetivos de policiais na ruas. É mais um erro. As que existem hoje já nem dão conta das investigações e inquéritos. Diminuir ainda mais? Para simples eleitores a impressão é de que o secretário de Segurança do Estado está perdido e empreendendo um conjunto de iniciativas desesperadas e sem sentido na esperança de não entrar para a degola na reforma do secretariado de Yeda.
A Lei Seca, para não perder o foco, deveria fazer parte de um debate da sociedade na busca de alternativas para a redução da criminalidade. Mas jamais ser discutida de afogadilho para salvar um secretário nesta velada chantagem com a comunidade de Cachoeirinha. E além de um debate mais amplo, o Estado deveria se preocupar em equipar as polícias, ampliar os efetivos e dar melhores salários para que policiais não continuem entrando para o mundo do crime. As lideranças políticas e sociais, as mesmas que participaram da pressão para a manutenção do BPM na cidade, deveriam entrar em ação novamente. Quanto ao secretário de Estado, quando penso nele lembro do filme Tropa de Elite e da frase que se popularizou: "Pede pra sair!"

Coisa séria!

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