As indústrias gaúchas de transformação mais voltadas para as exportações tiveram, no primeiro mês de 2008, um resultado 11 vezes inferior ao registrado pelo setor industrial do Estado. Enquanto o nível de atividade da indústria como um todo cresceu 9,1%, o desempenho das exportadoras aumentou apenas 0,8%. Esse desnível foi detectado através do Índice de Desempenho Industrial das Exportadoras, divulgado pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, nesta terça-feira (11).
Em janeiro, a principal variável que contribuiu para o baixo resultado das principais exportadoras foi a queda de 23,9% nas horas trabalhadas na produção, enquanto as indústrias como um todo tiveram elevação de 6,1% nesse indicador. “É uma sinalização que traz preocupação, pois indica que, no curto e médio prazos, o desemprego pode aumentar, principalmente nos setores mais intensivos em contratações”, alerta Tigre, destacando que apesar do crescimento do volume exportado nos últimos meses, a situação das empresas é frágil. “Em muitos casos, há diminuição da margem de lucro e comprometimento de investimentos futuros”, lamentou o industrial.
As vendas também reforçaram a diferença entre o desempenho global da atividade industrial e das empresas exportadoras. Para o setor em geral, houve aumento de 12%. No segundo caso ficou em 5,3%, O mesmo aconteceu com o pessoal ocupado, com crescimento de 4,5% contra 1,5%, respectivamente. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) do setor industrial teve elevação de 1,2% e atingiu o grau médio de 85,86%, o maior da série histórica para o período, desde 2003. No entanto, as exportadoras seguem atrás, com alta de apenas 0,1%.
“Para que o desempenho das indústrias ocorra de forma disseminada são necessárias mudanças profundas, que devem vir de uma Reforma Tributária e de uma Política Industrial”, afirma o presidente da FIERGS, destacando ainda que para diminuir os custos empresariais são fundamentais investimentos do governo em infra-estrutura e logística. Outro ponto imprescindível para impulsionar a economia exportadora do Rio Grande do Sul, segundo Paulo Tigre, é o foco na competitividade, agregando valor aos produtos através de pesquisa, inovação e tecnologia.
De acordo com o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), que cresceu pelo 15º mês consecutivo, as maiores contribuições para a performance da indústria de transformação em janeiro, ante igual período do ano passado, vieram dos setores de Máquinas e Equipamentos (30%), Veículos Automotores (14,4%) e Alimentos (12,6%). Os fatores positivos continuam sendo a boa safra agrícola nacional, a expansão do mercado interno (emprego e renda) e os juros menores (ampliação do crédito). Já os resultados negativos registrados pelos IDI-RS ficaram com os setores de Couros e Calçados (-3%), Bebidas (-2,6%) têxtil (-1,1%).
As variáveis associadas ao mercado de trabalho registraram as seguintes taxas positivas: nível de ocupação (4,5%), horas trabalhadas na produção (6,1%) e da remuneração dos trabalhadores (9,5%). Os maiores empregadores foram Máquinas e Equipamentos (30,1%) e Veículos Automotores (14,6%). Os menores níveis de emprego foram registrados nos setores Coureiro Calçadista (-6,3%) e Móveis (-3,2%).A expectativa é encerrar o ano com o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul com um crescimento de 7,3%. (Imprensa Fiergs)
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