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terça-feira, 27 de maio de 2008

Passarinheiros: dia de festa e críticas ao Ibama

A preservação de espécies, repovoamento de áreas onde a fauna perdeu espaço nos últimos anos e descontentamentos por ações do Ibama foram a tônica do encontro de criadores de pássaros silvestres no domingo. A Associação dos Criadores de Pássaros Silvestres, que tem sede em Cachoeirinha mas conta com cerca de três mil associados em todo o Rio Grande do Sul, reuniu os melhores ranqueados em 2007/2008 para a entrega de troféus. Foram prêmios para Azulões, Bicos de Pimenta, Bicudos, Canários Terra, Coleiros, Cardeais, Curiós, Frades, Trinca Ferros e Tupis. Além disso foram premiados os pássaros que obtiveram mais pontos nos concursos realizados na temporada bem como que mais cantaram e pássaros que receberam troféus em todos os torneios realizados. O momento de confraternização serviu também, diz o presidente da associação, Eduardo Franchi, para unir mais ainda os criadores. Na primeira edição da revista da entidade, apresentada no domingo, a tônica é a necessidade de ser mostrado o trabalho sério desenvolvido pelos criadores amadores e o combate aos chamados traficantes, ou seja, quem cria ou captura os animais para alimentar um comércio ilegal. Eduardo destaca que existem cerca de 10 mil criadores cadastrados no Ibama e que cerca de oito mil pagam suas taxas. Aqui começa o problema. Segundo ele, o Ibama vem fazendo um pente-fino e escolhendo somente os criadores que estão regularizados. O advogado da entidade, Alexandre Mansur, destaca que duas representações já foram realizadas junto ao Ministério Público Federal no Estado questionando as ações do Ibama. Nelas, segundo Alexandre, é apontada uma divergência em relação as anilhas e o não respeito aos prazos legais para defesa. "O que vem acontecendo é o seguinte: não existem padrões de anilhas e em muitos casos os animais acabam sendo apreendidos sob o argumento de que elas não estão em acordo com as fornecidas pelo Ibama. Os criadores acabam sendo autuados, recebem multa e os animais são recolhidos sem que seja dado o prazo legal de 15 dias para a comprovação da procedência do pássaro e nem os 20 dias para a defesa", destaca. Uma outra representação vai ser realizada nos próximos dias e a associação espera que aconteça o mesmo que em Salvador onde o Ministério Público Federal impetrou uma ação civil pública para descobrir onde foram parar os pássaros apreendidos e encaminhados para os chamados criadores preservacionistas. "Nos últimos três anos cerca de quatro mil aves foram apreendidas aqui no estado e nós queremos saber exatamente quantas ainda vivem e onde estão. Acreditamos que boa parte não chegou ao destino e que muitos pássaros acabaram morrendo por manejo incorreto", enfatiza.


Sítio é repovoado em Gravataí
Entre tantas histórias de criadores de pássaros que se reuniram no domingo na sede de festas e competições da associação dos criadores em Gravataí se destaca a do escrivão do poder judiciário Vilson Diogo, 56 anos. Ele começou a criação há seis anos no seu sítio de 20 hectares em Gravataí, com cerca de 13 hectares de mata nativa. "Eu sempre gostei de pássaros e nunca tinha criado. No sítio, notei certa extinção. Era difícil encontrar pássaros cantando e então comecei a criação para fazer o repovoamento", revela. Vilson tem um viveiro enorme com cerca de dez árvores dentro. Ele tem 15 metros por 15 metros com dez metros de altura. É ali que Vilson começa a preparar os pássaros para que sejam soltos. "Já criei e soltei Tupis, Trinca Ferros, Azulões e Frades. Hoje, o cenário no sítio mudou e é comum encontrar os anilhados que soltei. A maior dificuldade é cuidar para que caçadores não os capturem", conta. Outro criador é Paulão, do Vôlei. Sócio da associação, ele cria hoje seis pássaros: Frade, Bicudo e Trinca Ferro. "Eu sempre gostei e já cheguei a ter 50 pássaros. Depois que deixei de jogar resolvi me dedicar novamente", revela. E os cuidados exigem certos esforços especialmente os ligados a atenção. Paulão revela que já conseguiu reproduzir duas vezes o Trinca Ferro. Das duas ninhadas só dois sobreviveram. "Na primeira eu acho que dei muita fruta e também houve falta de cuidado com a ração. A comida estraga e é preciso estar sempre atento. Já na segunda a fêmea expulsou os filhotes do ninho e um deles eu consegui salvar dando comida no bico. Agora acho que estou mais preparado", diz, rindo, mas destacando que o trabalho desenvolvido pela associação é muito importante para acabar com o comércio ilegal de aves. "Eu fico muito feliz em estar ao lado de pessoas que tem uma consciência preservacionista", destaca.

Criadores não podem vender aves
Quem cria aves silvestres não pode vender. Só pode fazer trocas para melhoramentos genéticos. É uma norma do Ibama explica o criador Hélcio Rocha, 43 anos. Ele tem diversas espécies. São cerca de 150 aves e não participa de torneios porque não pode levar os competidores na época da reprodução. "Eu crio pássaros há dez anos. É uma paixão antiga que agora estou conseguindo me dedicar contando com ajuda da minha esposa, a Angela", diz. Entre as espécies mais difíceis de reproduzirem em cativeiro Hélcio coloca todas que tem nas frutas a principal fonte de alimentação. "Eles precisam de mais espaço mas não é só isso. O manejo é mais complicado e nem sempre se consegue salvar um filhote rejeitado."

Competidores também treinam
Os criadores Jorge Amorim e Daniel Novo aproveitaram o evento para treinar os seus Trinca Ferros. O de Jorge tem um ano e quatro meses e o de Daniel já é adulto com seus seis anos. "Aqui eles estão um pouco longe. No torneio a distância é de um palmo e vence quem canta mais", explica Jorge que em 2005 e 2006 ficou em quarto lugar em competição estadual. (Blog do Roque - Roque Lopes - Cachoeirinha - RS)

Um comentário:

andrers disse...

gostei muito da materia voces tem o emdereço da associaçao?

responda por email se possivel

andre62junior@hotmail.com

Coisa séria!

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